É quando escrevo, que tudo parece fazer sentido, o mesmo não acontece quando falo, por vezes fico muda não por ficar sem argumentos fiáveis, mas porque acho que o que tenho para dizer seja mais importante para ser "ouvido" por milhares de pessoas do que apenas uma. É quando solto os dedos e os deixo fazer o que querem nas teclas, que me sinto viva, feliz, completa. Eu não me inspiro nos outros, inspiro-me em mim, no que sou, porque o que mais sei é sobre mim, não sobre ti, sobre ele ou sobre ela, etc., mas sim sobre o que construí até chegar aqui, o que caiu pelo caminho, o que ficou e o que resta. Porque nem tudo é para sempre, e não quer dizer que fiquem os melhores, ficam apenas aqueles que resistiram a ventos fortes e a grandes distâncias. E é ao longo desse caminho que percebemos que, nem sempre o que foi deixado para trás é o pior que tivemos na vida, por vezes foram deixados aqueles que não lutaram contra mentiras ou não esclareceram ressentimentos. E quantas vezes deixamos para trás aqueles que nos apoiaram em momentos que precisá-mos (e, inclusive naqueles que não precisá-mos). As pessoas são o que são, ontem, hoje e amanhã serão sempre assim como as conhece-mos. Mudaram !? Olha com atenção, porque a mudança apenas muda as maneiras de agir, não de sentir, falar, apoiar, chorar, falar... E se um dia a olhas-te com olhos diferentes, foi porque sentis-te algo diferente. Se hoje vês algo que não viste antes, foi porque simplesmente olhas-te mas não viste. E são tantos os dias que poderiam ter sido diferentes. Mas já não me importo, porque quando virei as costas, passado o tempo que fosse, fechei a porta que havia por detrás de mim, tranquei-a e perdi a chave, nos sentimentos, nas recordações, nas imagens, em tudo. Porque o passado está onde deve estar, lá atrás. E porque nem tudo o que se diz se escreve, da minha parte já deixei escrito que os outros tempos são isso mesmo, outros tempos.
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